20 novembro 2010

ANDASTE

Tem gente que aprende por querer saber
não é sede de água; de entendimento.

Por outro lado, deixar de saber é mais cômodo.
protege o coração do chão.

só agora consigo entender o andar do homem
e o olhar das janelas
e só agora, preciso querer saber o que vive a me incomodar
que é ufano, bobo; tímido.

contradições são bem-vindas.

17 novembro 2010

BEBIDA PÚRPURA

Já foi vista no céu, em cenários multicoloridos, em tempo irrequieto; trêfego.
As possibilidades são infinitas pra quem tem olhos largos; olhos-lagos.

Pudera eu engarrafá-la, e guardá-la.
Como a bebida púrpura, em doses homeopáticas de prazer absoluto!
Poderia tornar-se um grande negócio!
Mas a vida é finita
e o meu coração, lento. tarda em bater. chega a assustar.

Já lhe disse que e fácil de achar?
Há de se saber onde procurar.
Quase sempre, perambula de um canto pra outro
como um 'quack' de patinhos.
Tão rápida e sabida, como mágica.

essas folhas tentam escondê-la
como um bebê embrulhado em pano.

meus olhos, ainda assim, procuram cautelosamente
em cada canto de vida.
por onde andar essa tal felicidade..


05 novembro 2010

CONCHINHA


Mãos passadas, pés gelados;
temperatura alterada.
agora, mãos menos gélidas.

encontrei alguém.

A nuvem parece querer se embolar na lua.
Me perdoem, acho que meus óculos me atrapalham agora.
mas é que esse cheiro de grama molhada me afinca os sentidos.

sorrio, sonho.

Teu ombro, minha colcha de retalhos.
cada qual, trazendo consigo sua devida lembrança
guardada e costurada na pele.
As palavras não me invadem. Sinto vontade de enxergar o sol se achegando.
basta agora, e só agora, essa respiração em sincronia com o peito.

me basta te sorrir, e te amar.


27 setembro 2010

POBRE MOÇO

Sentir na pele o poder de sentir.
rir ao que basta para sorrir.

Sutilezas constantes escritas em papel feito guardanapo;
tão tolo e desconhecido.
Sua maior tolice é querer sentir cada gota de chuva que cai
seus sentidos aguçados, o tornam unicamente especial.
vê, revê. Procura conferir todas as manhãs se tudo o que vê é real.
gosta de bagunçar, reorganizar e voltar a bagunçar.

Papel agora rasgado, em frangalhos
E mesmo assim, levanta todos os dias sem pestanejar
Fazendo a vida do sentido
de um papel que espera alguma notícia
e acredita tanto que chega a enxergar as linhas.


21 julho 2010

SORRIA


Costumava andar pra passar meu tempo;
tempo feito em conta-gotas de chuva
Por contar gotas, na chuva.

bem pensado, re-pensado, revisado e reescrito.
Um bom começo para conhecer este meu jeito bobo de sempre ver um ângulo perfeito - novo - para o que já existe.
Mas, não ! Não fazemos parte do que é comum
Entre tantos devaneios, voltas, vidas !

Retorne. VIRE
Apenas vire-se e veja o que deixou pra trás.
Ruim seria considerar a perda.
Mas não você !
Você voa em pequenos flocos, migalhas que planam ao céu;
pequenos pedaços de você.
Não parece se importar com o desconforto do assento, ou o vento, que tenta assiduamente lhe derrubar de sua pequena nave, feita com retalhos costurados de sonhos.
O mundo do lado de fora parece fora de órbita, enquanto você, fora de órbita, se encontra no mais perfeito controle.

Enquanto o céu desaba e te faz sorrir

28 abril 2010

''O PACOTE DE SENTIMENTOS''



O sentido contido em poucas palavras.
Formar, arremessar rabiscos em planos limpos

- Meu sinhô ! Me diga você, se sabe mais sobre o saber !

Nada sei. Por isto insisto em não dizer.