09 novembro 2014

PEDRA

Quando minha mente prende meu corpo
e meus pensamentos não tem fim
em quantidade suficiente pra me fundir num colchão
E a dificuldade em me expressar fica pesada
e me coloca à margem do ideal
Não sou daqui, nem de lá
Não faço parte de nenhum lugar

Sou meu corpo em constante paralisia
Sou minha mente em constante trabalho
Sou uma ansiedade ilimitada
e um pesar de ter consciência sem alvo


08 junho 2014

SERPENTINA

Minha espinha sente
a vida parece funda e fria quando sou eu que estou no chão.
Os olhos saltam, procurando a cor mais próxima
A imensidão do branco
parece infinita

Me parto em milhões pra me fundir de novo
com cores e serpentinas
marcada com amores orquestrais

Seja agora, ou amanhã
eu sou

olhares me encontram com sorrisos
o céu é tão azul que vejo o mundo todo assim, azul
meu corpo me tira pra dançar um samba
sou toda vida
e a vida sou eu

o sereno me cobre, me envolve
todo sonho é real
só é preciso ajeitar os óculos
mudar o grau
se adaptar para sobreviver

a felicidade não chega
sou eu que encontro ela

26 maio 2014

ACONTECE

Meu desânimo de viver é só meu
é simplista e direto
bate de frente com minha vontade

É difícil falar do que a gente não conhece
e ainda assim, continuo falando de mim mesma
ou algumas de mim

A cada amanhecer, uma nova perspectiva
de pular de piso em piso, sem encontrar rebarbas
ou se jogar numa imensa vontade de se enxarcar de vida, de ar
ou de sorrir a qualquer estranho na rua
Essa troca de sorrisos invisíveis chega a ser linda
Divagações acontecem

16 maio 2014

O SOM

O ar fica pesado
embaçado fica meu peito, com pouca força pra verter minha cabeça
olho as nuvens, a jabuticabeira carregada me traz lembranças boas

acredito que um dia posso viver sem amarras
algum dia

Meus ombros já sentem o peso
"Nenhuma boa ação passa impune"
Nunca vi verdade maior

Minhas verdades agora são diferentes
Meu peito agora sente o arrebatamento de gostar
e o som disso é agradável

Estou em outrem


28 abril 2014

SONHO

Um sonho:

Uma rua deserta, cercada por árvores de folhas laranjas
É outono
as calçadas cobertas por folhas 
e o clima é fresco e nublado

Só eu e uma bicicleta
a rua parece infinita como tudo o que sinto
e a sensação é de liberdade plena
O mundo sou eu

ando rápido, e mais rápido
quero sentir o sereno encontrar minha pele
me envolver de maneira que eu não me sinta mais só

suspiro, sorrio e sinto vontade de nunca acabar



14 abril 2014

AMENDOEIRA

Sem nó
Só dois pés em cima de um chão
Duas mãos pra acenar
Dois braços pra agitar

Meus passos contam pares de amêndoas
Daquelas machucadas pela queda alta
Do pé até embaixo
Plantada bem no meio do quintal
E folhas, um bocado de folhas verdes e laranjas cobrindo todo o chão de terra
A sombra fresca me lembra de pequena
da cadeira encostada na calçada, papeando com os vizinhos mais chegados

Ela era tão linda

Seus cabelos grisalhos e longos, enrolados em coque
pele fresca, gostosa
Sinto dor por quem não pôde ouvir sua voz

Ela era tão linda e doce que às vezes me faz chorar de falta.




02 abril 2014

SENTIR

Um sol cresce dentro de você
um mundo inteiro se acomoda lentamente, no seu peito.
O sorriso te estampa, em segundos demorados

Tão rápido

É bonito
olhar a imensidão
do poder
do sentir

As palavras saem, como vento
cada qual, em seu tempo

01 abril 2014



Minha mente está presa em meu corpo
e meu corpo me prende ao chão

Não consigo lidar com a perfeição


23 março 2014

SÓ, EU

Já tentei procurar, queria uma razão,
queria ir a fundo na descoberta de mim mesma.
Fui infeliz.
Ainda não sei quem sou, nem o que posso ser.
Tenho dificuldades para escrever: Como letras.
E tenho sempre que revisar o que escrevo.

Escrever à mão é sempre mais difícil. É como se minha mente e meus dedos não estivessem conectados.
E nem minha boca. Falo algo achando que falo outro.
Já cheguei a pensar no caso de ter dislexia.
Ainda penso nisso.

Ahh, já falei que esqueço palavras o tempo todo? Palavras simples, corriqueiras, que a gente usa o tempo toda. Algo como: saber, enxergar, dia. Palavras bobas.

Me sinto emaranhada numa trama de pressões sociais
estar apta à vida em sociedade é um longo caminho.

Talvez meu corpo seja do mato, do ar
De tudo que seja livre
Que me deixa ir embora e voltar
quando quiser

Mas ainda não sei
e o não saber é o que me mata
dessa vez no vou revisar
tento dexar de lado tantos ensinamentos bobos
Tenho 23 agora, já posso falar de boca cheia
dormir sem banho, me jogar do sétimo andar
ou qualquer outra loucura em que eu queira e jogar

Mais ninguém, só eu.